No início de fevereiro lançamos no Blog do Elisa uma série de posts sobre as principais Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), falando sobre os meios de transmissão, riscos à saúde e formas de prevenção (Veja o primeiro, o segundo e o terceiro post). Neste quarto e último post seguimos aprofundando as informações, agora falando de Hepatite B.
Boa leitura!
A hepatite B é uma doença infecciosa e sexualmente transmissível causada por um vírus chamado HBV, sigla em inglês. Trata-se de uma pandemia que acomete cerca de 350 milhões de pessoas no mundo. O termo hepatite significa inflamação do fígado. Ela pode ser causada por vírus, por álcool, por drogas, por acúmulo de gordura no fígado, entre outras causas.
TRANSMISSÃO
Cerca de 70% dos casos de hepatite B são transmitidos pela via sexual, em torno de dois terços por relações heterossexuais e um terço por relações homossexuais. Outras vias de transmissão do HBV incluem a vertical (da mãe para feto), transfusões de sangue e compartilhamento ou acidentes com agulhas ou outros materiais hospitalares infectados.
Outra maneira de se contrair hepatite B é através do uso comum de escovas de dentes e lâminas de barbear. Esta via é rara, mas torna-se possível se o objeto compartilhado tiver tido contato com sangue. Não se pega hepatite B em piscinas, ou através de em copos ou talheres, com beijos (a não ser que haja contato direto com sangue), abraços, tosse, espirro ou pela amamentação.
O uso de preservativos (camisinha) é indicado para prevenir a transmissão sexual.
SINTOMAS
A hepatite B é dividida em duas fases: infecção aguda e infecção crônica.
Cerca de 70% dos pacientes contaminados com o vírus da hepatite B apresentam sintomas leves e inespecíficos da infeção, e muitas vezes a fase aguda pode ser confundida com um quadro gripal. Entre os sintomas está a icterícia: coloração amarelada da pele e das mucosas devido à inflamação do fígado. Junto com a icterícia também surgem a urina escura e as fezes muito claras.
Outros sintomas da hepatite B aguda incluem cansaço, náuseas e vômitos, dores articulares, dor abdominal, febre e perda do apetite.
A insuficiência hepática fulminante é rara e ocorre em menos de 0,5% dos casos. 95% dos adultos que contraem hepatite se recuperam completamente e ficam espontaneamente curados dentro de seis meses.
Apenas 5% evoluem para forma crônica da hepatite. Esta fase ocorre quando o nosso sistema imune não consegue eliminar o HBV até um prazo de seis meses. Estes pacientes permanecem indefinidamente com o vírus no organismo, destruindo lentamente seu fígado, e podendo contaminar outras pessoas.
Entre as complicações da hepatite B crônica estão a cirrose e o câncer de fígado. Cerca de 10% dos pacientes com cirrose por hepatite B, desenvolvem câncer o fígado. A maioria dos pacientes com a forma crônica não evoluem para esses dois quadros, e quando o fazem, isto costuma ocorrer vários anos, às vezes décadas, depois.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
O diagnóstico da hepatite é confirmado através da sorologia de sangue.
Existe vacina para hepatite, que é muito segura e apresenta eficácia acima de 95%.
O tratamento está indicado apenas nos casos de hepatite B crônica com sinais de atividade. Na hepatite aguda indica-se apenas repouso, hidratação e evitar álcool e medicamentos que possam prejudicar o fígado.
O tratamento é feito com medicação e costuma ser longo, com taxas de sucesso que variam entre 20 e 70% dependendo da situação. O objetivo da terapia é impedir a multiplicação do vírus e prevenir complicações futuras como cirrose e câncer hepático. Nos casos mais graves, com sinais de cirrose e falência hepática, pode-se indicar o transplante de fígado.
Fonte: MD.Saúde