Fonte: Drauzio Varella/Carlos Bertti
Como se a dengue fosse pouco, bate à porta o vírus chicungunha, transmitido pelo mesmo mosquito.
Em dezembro de 2013, aconteceu um surto de febre chicungunha na ilha de Saint Martin, que se espalhou para outras ilhas do Caribe e para as Américas Central e do Sul. Oito meses mais tarde, a Organização Mundial da Saúde confirmava um total de 576 mil casos nas Américas, o dobro do mês anterior.
No Brasil, o Ministério da Saúde contabilizou 337 casos no dia 11 de outubro de 2014, número que saltou para 824 em duas semanas, distribuídos principalmente entre Oiapoque (330 casos), no Amapá, Feira de Santana (371 casos) e Riachão do Jacuípe (82 casos), na Bahia.
A febre chicungunha é uma doença viral parecida com a dengue, transmitida por um mosquito comum em algumas regiões da África. Seu ciclo de transmissão é mais rápido do que o da dengue. Em no máximo sete dias a contar do momento em que foi infectado, o mosquito começa a transmitir o CHIKV para uma população que não possui anticorpos contra ele. Por isso, o objetivo é estar atento para bloquear a transmissão tão logo apareçam os primeiros casos.
Sintomas
Embora os vírus da febre chicungunha e os da dengue tenham características distintas, os sintomas das duas doenças são semelhantes.
Na fase aguda da chicungunha, a febre é alta, aparece de repente e vem acompanhada de dor de cabeça, mialgia (dor muscular), exantema (erupção na pele), conjuntivite e dor nas articulações (poliartrite). Esse é o sintoma mais característico da enfermidade: dor forte nas articulações, tão forte que chega a impedir os movimentos e pode perdurar por meses depois que a febre vai embora.
Ao contrário do que acontece com a dengue (que provoca dor no corpo todo), não existe uma forma hemorrágica da doença e é raro surgirem complicações graves, embora a artrite possa continuar ativa por muito tempo.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é confirmado por exames de sangue (cultura viral, RT-PCR ou IgM).
Não existem medicamentos específicos para atacar o vírus. O tratamento é paliativo: repouso, hidratação oral ou intravenosa, analgésicos e antipiréticos.
Prevenção
Não existe vacina contra febre chicungunha. Na verdade, a prevenção consiste em adotar medidas simples no próprio domicílio e arredores que ajudem a combater a proliferação do mosquito transmissor da doença.